O Ministério da Mediocridade adverte: o KX é prejudicial à burrice contente, ao conformismo babaca, à inércia covarde, à hipocrisia deslavada, à pseudo-felicidade do cidadão comum, à pose esquerdopata e à idiotice útil.

6 de setembro de 2016

Teje preso pelo preso

Uma coisa que me deixa pasmo no modo como o brasileiro se sujeita ao estado é o formalismo legal e corporativista se sobrepondo à decência e à dignidade da função. No Brasil, por mais errada e criminosa que uma pessoa seja, desde que ela não tenha pena a cumprir, tudo bem, ela pode ocupar qualquer função pública, sem o menor desconforto! A gente vê isso todo dia, especialmente com políticos mas, o que me levou a escrever esta reflexão foi agora na TV ter aparecido uma cena surreal: o "japonês da federal" prendendo um cara enquanto ele próprio usava uma tornozeleira, por ter sido condenado por auxílio ao contrabando. Legalmente falando, não há problema mas, moralmente falando, isso é totalmente absurdo e inaceitável!
Na parte saudável da humanidade, nos países decentes, civilizações que deram certo, mesmo que uma pessoa já não deva mais nada à lei, se ela já foi criminosa (mesmo sem gravidade), a carreira dela no estado ACABOU! Não porque a lei diz que não pode, mas simplesmente porque os cidadãos não aceitam um político ou polícial que é ou foi bandido. Simples assim. Moralismo? Não. É simplesmente falta de confiança por parte do povo e de merecimento a um cargo honrado por parte do funcionário criminoso, coisa obvia! Isso não é de modo algum "cruel" porque a pessoa ainda pode fazer o que quiser da vida - menos ser funcionário público. Na verdade, até pode, mas não deixam. Nada mais justo! E que moral tem um bandido ou um corrupto para ser representante da lei ou da sociedade? Nenhuma!
Quer dizer que no mundo civilizado não tem bandido e corrupto no estado? Claro que tem. Mas a diferença é que eles (se pêgos) não são mais aceitos, e não por questões legais, mas de princípios de cidadania e republicanismo - coisa que inexiste no Brasiu, onde bandidos e corruptos comprovados podem governar, legislar prender e julgar cidadãos (ruminantes, melhor dizendo), sem problema algum. Isso é gravíssimo! Por fim, para quem não entendeu, a crítica aqui não é ao japonês da federal, mas a um sistema moral sórdido e perigoso que guia as relações institucionais no Brasiu.
Conclusão: países com leis consuetudinárias e uma constituição realmente republicana (e um povo que se respeita) são muito mais decentes e funcionam muito melhor do que países com formalismo legal, burocracia, corporativismo estatal, excesso de leis, tribunais, instâncias, onde malandragens judiciais são mais importantes do que princípios, a coisa pública, a dignidade do estado e respeito ao cidadão