Este é mais um cliché que ouvimos da boca de adolescentes bestinhas - tanto fictícios quanto na vida real - quando se revoltam por algum motivo fútil e discutem com os pais. Adolescentes tendem mesmo a dizer e fazer tolices o tempo todo mas, neste ponto, eles têm alguma razão que talvez nem imaginem. Realmente, não pedimos para nascer. Assim, além de uma existência involuntária (que tudo bem, isso a gente perdoa) somos injusta e violentamente submetidos as cretinices e psicoses dos nossos pais: valores tolos, medos, traumas, crendices, religião, sonhos idiotas, idealizações babacas, ignorância, truculência, culpa, preconceitos, castração, etc. Algo totalmente injusto e imoral.
Somos como cachorrinhos adquiridos e adestrados ao belprazer dos donos. Este é um tipo de consumismo e egoísta e infantil facilmente rotulado de "amor e responsabilidade" pela cultura comum. Claro que este é um problema mais social do que individual, mas enquanto indivíduos não se conscientizam, a sociedade não melhora. E até lá nossa escolha, liberdade e individualidade não passam de mitos, quase sempre. Pois somos como robôs programados para gerar robôs, ou cachorrinhos padronizados e obedientes, privados de seus instintos e seu olfato, debaixo de perfume, fitinhas e laquê, para agradar a comissão julgadora. Por essas e outras, muitos pais merecem que seus pets caguem no tapete deles, mesmo depois de tanto adestramento.