O Ministério da Mediocridade adverte: o KX é prejudicial à burrice contente, ao conformismo babaca, à inércia covarde, à hipocrisia deslavada, à pseudo-felicidade do cidadão comum, à pose esquerdopata e à idiotice útil.

17 de fevereiro de 2012

Religião na escola

Religiosos têm mesmo uma mente "peculiar" em qualquer lugar. Mas o modo de lidar com ela difere entre nações. Por exemplo, em Quebec, ao contrário do que geralmente ocorre, muitos crentes não aceitam a inclusão de aulas de religião no currículo escolar. Motivo? Tais aulas não privilegiam o cristianismo, pois são oferecidas por um estado laico buscando apenas informar e combater a intolerância e o fanatismo. E a justificativa deles foi bem honesta: alegaram sem pudores que, apresentando todas as religiões em pé de igualdade, as aulas poderiam dar às crianças uma visão científica e relativista sobre o assunto, pondo em risco a fé a elas impostas por suas famílias. A justiça local, neutra, coerente e sensata, não aceitou a ação exigindo a retirada da religião do currículo com base em tal argumento. E as aulas continuam. Já, nos tristes trópicos, aulas de religião são muito bem aceitas, mais apenas por um simples motivo: são projetadas por um estado que apenas se declara laico ao passo que mantém velhos vícios católicos e adquire novos, desta vez evangélicos. E, obviamente, as cadeiras já foram devidamente sequestradas pelo proselitismo cristão e entregues a professores-missionários, obtusos, mal-preparados e claramente comprometidos com o cristianismo, algo contraproducente no aspecto educacional e indecente no aspecto institucional, garantindo assim a supremacia imposta de uma fé que vem sendo muito útil aos interesses políticos de velhas e novas oligarquias, governos, igrejas e quadrilhas de estelionatários e exploradores da miséria do povo.

Em suma, a atitude transparente dos pais de Quebec - rara entre crentes - só nos demonstra novamente algo que já sabemos: a fé é muito frágil, e mesmo aqueles que se agarram a ela sabem disso. Se o fazem é conscientemente ignorando a razão e a sensatez, na busca por um conforto inútil, na preguiça intelectual, na covardia perante a realidade e na omissão perante a existência.