Balanço da JMJ

Por quem não esteve lá, mas pode perceber mais do quem esteve. Para começar, há de se registrar o esperado abuso do dinheiro público no financiamento de atividades religiosas, por um estado que deveria ser laico e não favorecer o catolicismo ou religião alguma. A malandragem dos católicos dizendo que foi uma "visita de chefe de estado" mostra bem o grau de honestidade deles pois, para outros chefes de estado mais importantes, não se gasta tanto e nem se manda avião da FAB buscar carros blindados nos países deles. Mas isso tudo, fora a óbvia desorganização, já é de se esperar. Evento no Brasil sem roubalheira, canalhice, mentira, palhaçada e caos não é evento no Brasil, não é mesmo? Não teria graça!

Depois, o balanço pelo lado dos otários - digo, do povo, babando ovo para o senhor de batina, que vem a ser um papa "bonzinho". Parece que o Vaticano intercala papas antipáticos e bonzinhos, para que o reinado dos bonzinhos dê uma "vitaminada" na babação dos fiéis. E como o brasileiro é patético, não? Um povo tosco, simplório, iletrado, sempre pronto a se maravilhar com o misticismo vazio. Que, no caso da igreja católica, vêm com dogmas medievais, contra o planejamento familiar, o direito reprodutivo das mulheres, a igualdade de gênero, o uso de preservativos, a sexualidade humana e qualquer estilo de vida e posicionamento filosófico diferente. E as pessoas deliram com tudo isso! Senti muita vergonha alheia vendo aqueles lobotomizados  estupefados por nada, como fãns de "boy band" pelas ruas, dizendo aquelas bobagens "bonitas da fé" e se auto-festejando enquanto idiotas subservientes. Muita vergonha! E a classe média, hein? Ela não toma jeito mesmo. Como é carente e brega!

Mas, apesar dos absurdos, foi um sucesso, é claro. E tinha que ser. Onde mais o Vaticano encontraria uma população tão grande e tão idiotizada para aderir em peso e dar tanto brilhantismo ao evento, inclusive com cenas de pura histeria coletiva, que valem ouro como imagens de marketing? Na Europa, as pessoas já não são místicas, analfabetas e não procriam como cães de rua, e por isso estão deixando os padres sem emprego. Logo, o futuro da igreja é no terceiro mundo, e por isso um papa latino, além de "bonzinho". Escolha óbvia! Daqui a algumas décadas, se brasileiro virar gente, vai ser a vez da África. Mas, por enquanto, o Brasil é o maior país católico do mundo, o que explica parte da nossa miséria. E o Vaticano ainda manda bastante aqui - tanto que Dom Lula até assinou um tratado secreto com eles! Seria para garantir, dentre outras coisas, a proibição do aborto para sempre? Novamente, isso é coisa de estado laico?

Por fim, vale notar que, dentre todos os dogmas idiotas da igreja, para eles, o mais importante é a questão da manutenção da falta de liberdade reprodutiva. Até distribuíram "fetinhos anti-aborto" para emocionar os jovens bocós contra o perigo do aborto. Eu disse "emocionar" mesmo, e não conscientizar e nem muito menos discutir, é claro. É proibido e pronto. E por que tal obsessão? Como já citei acima, quando o povo se reproduz menos, a igreja perde ovelhas, espaço e poder; e eles não podem admitir isso de modo algum, ou o que ocorreu na Europa pode se repetir em outros cantos do mundo. Sua chance de sobrevivência é fazer com que manadas de fiéis continuem se reproduzindo bastante. Como bem disse uma mãe néscia, naqueles momentos de "beleza da fé" que a Globo gosta de mostrar com ênfase, "tudo que deixamos para os filhos é a fé". Pobres crianças. E a igreja pira! É exatamente o que ela quer: gente burra e tapada fabricando mais gente burra e tapada, apenas com fé. Para melhor servir aos velhinhos de batina. Amén!

Uma nova leva de escravos fresquinhos sai do forno!