Dois tipos de mulher recebem esses rótulos da sociedade: as prostitutas, que na verdade são profissionais que como tal deveriam receber nosso respeito, pois têm um papel fundamental, que é fornecer aos homens o sexo que as comuns negam ou fazem muito mal. As outras são simplesmente mulheres livres e com tesão, que fazem sexo por prazer, e por isso despertam o ódio das comuns castradas, frígidas, frustradas e invejosas, que as desdenham por seu poder, energia sexual, prazer e liberdade verdadeira. Eu penso que as mulheres com tais rótulos são as mais honestas e interessantes. As comuns, por outro lado, que tanto as desdenham, acabam sendo as que se vendem de forma desonesta, usando sexo como moeda de troca por status social e outras coisinhas mais, através do casamento. Só que elas não cumprem com sua parte na transação, pois seus maridos acabam privados de sexo, a ponto de muitas vezes procurarem as tais "putas e vadias". Mas eles também são uns babacas, diga-se de passagem, por aceitarem esse comércio sórdido, se rebaixarem a capachos de suas mulherzinhas e também tratarem as tais "putas e vadias" como se fossem inferiores à suas cônjuges frígidas, brochantes, fúteis e irritantes. Puro machismo e preconceito de uma sociedade tosca e ainda bem medieval em sua ideologia e valores.
Os chamados "moderados e de bom senso" (na verdade os mais hipócritas) vivem dizendo que tais mulheres "não se dão ao respeito". Como se expressar e gozar da própria sexualidade fosse desrespeito com alguém. Embora, com certeza, desperte inveja. Gostam muito também de apontar a "vulgaridade" de quem vive a vida. Mas eu vou dizer o que é realmente vulgar: é a hipocrisia da classe média e seus esforços patéticos no sentido de tentar disfarçar seus vícios, mentiras, vaidade, subserviência, mesquinhez, e essa mania de se castrar e querer castrar os outros que atrapalham seu joguinho de aparências, ofendendo-os e machucando-os por sua insolência em não participar da pantomima da mediocridade. Isso sim, é extremamente vulgar e revoltante. E imoral pois, "imoral", ao contrário do que se diz por aí, não é o ato de satisfazer desejos naturais, mas sim negá-los em nome de um sistema que é imundo e causa tanta opressão e miséria espiritual - além de obscurantismo e injustiça. Viva as "putas". As "decentes" não me interessam, pois tudo o que oferecem é coleira e moralismo. Paradigmas são estúpidos, sexo é bom, saudável, pessoal, e não deveria ser distintivo de valor ou moeda social. Feliz de quem quer desfrutar dele com natural prazer e liberdade, e desfruta como quer. Isso sim é valorizar a própria vida, e se dar um maior respeito - perante si mesmo.
