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16 de março de 2012

Nostalgia...

Às vezes tenho sonhos muito realistas, felizes e ternos, ambientados na infância ou adolescência, e depois acordo muito deprimido, com uma sensação enorme de perda violenta de algo inestimável, e até mesmo um pequeno desejo de suicídio, que logo passa quando recobro totalmente a consciência. Acho que a isso chamam nostalgia.
É uma coisa tola e piegas, pois sabemos que cada fase da vida tem seus prós e contras, e uma não é melhor do que a outra - a não ser para aqueles que já tiveram uma boa situação e fizeram alguma grande besteira para perdê-la; o que não é o caso da maioria. Na verdade, trata-se de apenas mais uma peça que nossa mente nos prega, como tantas outras. E a minha tira proveito de um estado de semi-consciência para me causar mais impacto.
Procurando alguma justificativa mais real e racional para essa angústia, eu diria que sentimos falta de nós mesmos como já fomos - mais inocentes e mais ignorantes. Isso soa como felicidade, leveza e doçura. Mas não quer dizer que o ditado inglês "ignorance is bliss" (ignorância é felicidade) seja correto. Não, pois embora sintamos saudade da nossa ignorância, ela não era tão boa, e só tinha cabimento enquanto existia. Poderíamos até ficar com ela se o tempo parasse e não tivéssemos que crescer, mas como não é isso que ocorre, somos obrigados a aprender, ou a situação seria ainda bem pior. Além disso, somos dotados de uma mecanismo de manutenção seletiva de memória - apenas nos lembramos do que era bom; especialmente nesses momentos. Em alguns casos extremos chegamos mesmo a transformar em bom algo que nunca foi! Essa carência do que não é mais acaba gerando toda uma problemática existencial que explica aquele desejozinho de não mais existir.
No fim, claramente trata-se de mais uma enganação, um trote mental a que todos nós, pobres seres racionais porém dotados de emoção (e oprimidos), estamos expostos. É apenas mais uma piada, mas é uma que dói.

Vi isto por acaso, dias depois. Tudo a ver...