O Ministério da Mediocridade adverte: o KX é prejudicial à burrice contente, ao conformismo babaca, à inércia covarde, à hipocrisia deslavada, à pseudo-felicidade do cidadão comum, à pose esquerdopata e à idiotice útil.

17 de novembro de 2011

Qual o seu percentual de liberdade?

Sabemos que liberdade total é uma algo inatingível e até mesmo uma ideia inconcebível ao ser humano - chega a ser impossível imaginar a total liberdade. Estamos presos a coisas inescapáveis (pelo menos enquanto vivos) como nossa condição humana, nosso corpo, nosso planeta, nosso tempo, as leis da biologia, da física, etc... Ou seja, não podemos ser 100% livres. Este é o primeiro fato (óbvio) que precisamos conhecer sobre a liberdade. E há mais dois, nem tão óbvios. O segundo: a grande maioria das pessoas é bem menos livre do que imagina - ou levianamente diz ser. Muito mesmo. Terceiro: todas elas poderiam ser muito mais, mas não querem.

Me perdoem pela contabilidade arbitrária, mas ela é meramente ilustrativa, pois há coisas que não se calculam, é claro - e muito menos em números. Isto posto, vamos  especular o quão livres nós somos ou podemos ser. Descontando todas as limitações a que me referi ou não no parágrafo acima, digamos que o ser humano possa ser não mais do que 50% livre. Os privilegiados que chegam perto disso são aqueles chamados "espíritos livres", gente inteligente, realmente culta e pensante, irreverente e destemida, que encara a existência e passa por ela com uma atitude filosófica que os permite compreender o mundo, as pessoas e não depender de regras sociais, morais e todos os paradigmas que limitam a experiência de vida dos comuns - não que os libertos não tenham que se submeter a algumas, de vez em quando, por motivos práticos, mas eles compreendem e desprezam tais regras, e pelo menos sabem que estão apenas sendo pragmáticos e não escravizados. E mesmo assim, nunca se submetem àquelas regras mais "importantes", estúpidas e unânimes, que "todo mundo" segue e que poderiam custar sua dignidade, prazer e potencial de felicidade. Em resumo: não "vendem a alma". Contam-se nos dedos.

Depois temos o grupo dos que são digamos... 20% livres. São queles que têm poder econômico, social e político, que os permite fazer coisas que a maioria não pode, como terem o que quiserem ou mesmo escapar à lei e à justiça. Mas em sua mentalidade costumam ser tão limitados e prisioneiros quanto qualquer "pobre" e chegam até mesmo a sofrer tanto quanto - não por motivos materiais, é claro. São até numerosos, mas proporcionalmente falando, também são poucos.

Por fim, temos os grandes coitados: o "povão" - palavra aqui usada sem referência sócio-econômica alguma, mas no sentido de "quase totalidade da população". Também conhecidos como proletários, pequenos burgueses, comuns, normais, classe média, famílias, etc. Há muitos nomes para eles, inclusive o mais irritante que é "todo mundo". Esses sim, são prisioneiros em praticamente todos os aspectos: têm crença religiosa, medo, culpa, cônjuge que os priva de sexo e "amor" (no sentido libertador, espontâneo e erótico da palavra), precisam se conformar, se enquadrar, obedecer e receber aprovação do grupo, além de obter ou manter e ostentar status social. Eles têm obrigações perante a família, a fé e a sociedade em geral (os "outros"). Não podem sequer cogitar realizar seus desejos sexuais, ou ir e vir sem precisar dar satisfação a alguém. A única "liberdade" que possuem é a de trabalhar, seguir as regras, consumir dentro de suas possibilidades e ir onde têm permissão para ir. Quão livre são eles? Uns 5 ou 10%? Por aí. Se não menos. Perfeitos escravos alienados, oprimidos e fingindo estar contentes, vivendo uma vida sem sentido, pré-moldada, padronizada e decidida para eles, que eles vivem mais para os "outros" do que para eles mesmos. E são eles que posam de bacanas, "bem-sucedidos", inteligentes, te vigiam, criticam e querem te ensinar coisas... No fundo, sabemos que eles têm é muita inveja de quem é livre e tem uma vida real mas, obviamente, jamais confessarão.